top of page

Huaraz e a Cordilheira Branca

  • Mega Macaqueiros
  • 24 de nov. de 2015
  • 6 min de leitura

Após uma passagem em Lima fomos para Huaráz, uma cidade à 3100m de altitude, localizada entre as cordilheiras Branca e Negra. Essa cidade abriga o Parque Nacional Huascarán, que protege os glaciares da Condilheira Branca.

Depois de pegar informações turísticas na agência iPeru, programamos os passeios em vários pontos do parque e o primeiro lugar que fomos foi na Laguna Parón à 4200m de altitude. Subimos de tarde e chegamos, com o tempo nublado, por volta das 17h. Nosso plano era explorá-la. Dormimos com uma temperatura de 2ºC o que é "polo norte" para Ipatinguenses. De manha o café foi com a linda vista para a lagoa de cor azul turquesa e cercada de glaciares. Logo o vigia do parque nos informa que o pneu do Trabolho estava totalmente vazio. No meio do nada, ou melhor no fim do nada um pneu furado. Tentamos relaxar e fomos fazer uma trilha em volta da lagoa para depois resolver sobre o pneu.

Laguna Parón

Umas três horas de caminhada entre chuva e sol, e a lagoa se tornando mais encantadora à medida que caminhávamos. A Laguna Parón é o maior depósito natural de água doce da Cordilheira Blanca, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

De volta ao carro fomos resolver nosso problema. O Lucas sugeriu encher o pneu com uma bombinha ligada a bateria. A Alice sugeriu colocar o pneu reserva, mas quem iria trocar seria o Lucas. A bomba não deu conta pois estava totalmente vazio, partimos então para a troca, sendo que ainda não tínhamos testado o macaco, nem o pneu reserva que poderia ter uns 15 anos e nem sabíamos se teríamos força para afrouxar os parafusos... mas deu tudo certo e o Lucas com sua grande força e inteligência conseguiu retirar o pneu, trocá-lo e resolveu parcialmente o problema. Agora era torcer para que o "novo" pneu não rasgasse, ou furasse ou explodisse. Correu tudo bem e chegamos são e salvos na cidade de Caraz à 31km da lagoa numa estrada de pura curva e cascalho, mas muito linda diga-se de passagem. Nesse meio tempo conversamos com uns gringos que também estavam acampados na lagoa, porém à pé, e demos carona para eles, dois franeses e um canadense. O trambolho trabalhou duro e não descepcionou.

Incidente na Laguna Parón, com um pneu vazio, e o Lucas trocando.


Nosso caminho agora era rumo a Laguna Llanganuco e Laguna 69, essa que é acessada por uma trilha de 7,5km de muita subida, cerca de três horas e meia à uns 4500m de altitude e quase nada de oxigênio. Fomos dormir na portaria do parque, que era caminho para as lagunas. O banheiro dos visitantes fica abeto, e ficamos em frente à casa dos guardaparques, lugar seguro e de graça. Acordamos cedo, pois a caminhada era longa e também cheia de pessoas, queríamos chegar antes dos ônibus de turistas. A trilha é maravilhosa, pudemos ver umas 10 cachoeiras imensas, além de geleiras e pequenos lagos. Porém é muito cansativa e quando respiramos à essa altitude a quantidade de oxigênio inalado é até 50% menor, o que dificulta de mais o trabalho do nosso corpo, mas chegamos vivos na lagoa e fomos os primeiros de umas 40 pessoas que apareceram por lá, inclusive um senhor com balão de oxigênio, e uma mãe com uma criancinha nas costas. Isso foi ótimo pois pudemos tirar fotos com a paisagem limpa ou só a gente aparecendo porque depois o cenário ficou parecendo o parque municipal de BH no domingo ( nem tanto!!).

Alice na Laguna 69

A volta foi mais tranquila pois é descida, sobrou pros joelhos. Na chegada o Trambolho estava lá, quase como deixamos, pois nos roubaram as luzes de seta, vê se pode! O que fazer com isso? Mas foi o que aconteceu. Ainda paramos um pouco na Laguna Llanganuco para apreciar mais uma linda lagoa cercada por um gigantesco paredão de pedra, antes de voltarmos para a portaria para passar mais uma noite sem banho. (obs: A cara de pau da Alice, pediu na cara dura para para tomar banho na sede do parque, acesso só para funcionários e conseguiu.. um banho frio. Eu, Lucas, fiquei sem banho mesmo).

Nosso Trambolho com as luzes de seta roubadas no Parque Huascarán

Laguna Llanguanuco

Entre esses dois passeios fomos, apenas para dormir, no camping do Jaime. O cara é tão simpático e o lugar tão encantador que resolvemos ficar mais. Mas não foi só moleza, aproveitamos o sol e a água para lavarmos nossas roupas à mão e também dar uma geral na nossa casa, por dentor e por fora. Ainda fomos brindados com a amizade "muda" da pequenina e doce filha do Jaime, que se encantou com o Trambolho e não queria mais sair dele e, pazmem, ficou best friend da Alice.

O Jaime, um dos peruanos mais simpáticos que conhecemos.

Lucas limpando o carro no caming do Jaime, em Caraz

Luciana, nossa nova amiguinha

Para fechar a região de Huaráz, fomos a Laguna Wilcacocha, localizada na cordilheira Negra fora da área do parque. Ela não é tão encantadora quanto as outras, mas foi recomendada por ter uma vista panorâmica da Cordilheira Branca, mas que não foi vista por nós, porque o tempo estava nublado e choveu bastante. Porém além do lugar ser espetacular, tivemos uma história inesquecível junto às pessoas da comunidade que vivem na beira do lago. Chegamos umas três horas da tarde e fomos recebidos com chuva. Como íamos dormir lá, resolvemos ficar lendo dentro do carro para ver se amanhecia com sol para aproveitarmos mais o local. Acabamos de fechar a porta do carro e aparece um rapaz, na chuva, batendo na janela e nos pedindo ajuda. Seu carro estava com a bateria arriada. Eu, Lucas, fiquei com medo de ser golpe, a Alice logo se prontificou a ajudar, claro né, quem ia ficar na chuva ajudando? O Lucas!!

Como a bateria, que fica debaixo do banco, é de muito difícil acesso, fui rebocar o carro deles morro acima para pegar no tranco. Fizemos isso e tentamos três vezes e o carro não pegou. Morro acima é pasto molhado e barro, o que foi moleza pro Trambolho. Fomos fazer uma chupeta com nosso super cabo chingling, que não deu conta de passar carga. Retiramos o banco, acessamos a bateria com dificuldade, na chuva e lama. Então como última alternativa retiramos nossa bateria e colocamos no carro dele, que acabou pegando dessa vez.

Esse processo durou umas três horas, no final já éramos amigos dele e de sua família que tentava ajudar. Nesse tempo todo a Alice ficou na casa, de um cômodo, poucos metros quadrados e chão batido, tentando conversar com a mãe do rapaz, que só falava quéchua, língua indígena falada ainda por muitos camponeses peruanos e com a prima dele. Conversamos, nos despedimos e voltamos pro nosso canto, lanchar e dormir. Acordamos, com o tempo ainda um pouco fechado, rodeados de ovelhas, jumentinhos e bois que pastavam e passavam no local, além de várias aves que viviam na lagoa.

Nosso camping na Laguna Wilcachoca

Lucas usando um poncho emprestado

Trambolho ajudando um carro na Laguna Wilcachoca

Simpático peruano

Durante uma conversa com uma mulher, nascida por ali, perguntamos se tomavam banho na lagoa. Ela falou que não era permitido, pois a lagoa é encantada. Ela própria já tinha visto um de seus carneiros sair do bando, andar sobre as águas e ser sugado no meio da lagoa. Há também a história de um garoto que foi se banhar e desapareceu e boiou 15 dias depois. Por via das dúvidas não molhamos nem o pé, apenas contemplamos. Sete dias de altitude, frio e chuva! Agora nossa próxima parada seria ao nível do mar e fomos nós cordilheira abaixo.


No meio disso tudo nos disseram para conhecer o Canion Del Pato, uma estrada com via pra só um carro, perigosa, com mais de 30 túneis mas que nos daria uma bela vista. Lá fomos nós pra 80 km de ida e volta, só para conhecermos o lugar. Nesse cânion corre o rio Santa cercado pela Cordilheira Negra em uma margem e a Blanca em outra. Em algum ponto elas chegam a 1 metro uma da outra.

É difícil cruzar com um carro pois não é fácil achar lugar para dar passagem e os túneis só cabem um carro por vez, mas a vista realmente valeu a pena. A paisagem é incrível e vimos gingantescos paredões acima e abaixo da estrada. Um lugar quase indescritível que deve ser visitado por quem está na região.

Cânion del Pato

Cânion del Pato

Click aqui para ver mais fotos no nosso álbum!

_______________________________________________________________________

Veja também os posts:

 
 
 

Comments


PAÍSES:
CONTATOS:

Seus detalhes foram enviados com sucesso!

© 2015 Mega Macaqueiros

bottom of page