Primeira impressão da Colômbia
- Mega Macaqueiros
- 23 de jan. de 2016
- 5 min de leitura
A Colômbia é o quarto maior país da América do Sul com 1.141.748km2 e com cerca de 47 milhões de habitantes, sendo o segundo mais populoso. É o único país da América do Sul, além do Brasil, que possui 5 metrópolis com mais de 1 milhão de habitantes. Isso percebemos já na entrada do país, com muita gente nas ruas, e muito trânsito nas rodovias.
O nome do país vem do conquistador Cristovão Colombo. A primeira cidade fundada foi Cartagena das Índias em 1533 pelos colonizadores espanhóis. A capital Bogotá foi criada 5 anos depois. O processo de independencia foi liderado por Simon Bolivar, ocorrendo por volta de 1819, quando foi criada a Grã-Colombia, formada pela Venezuela, Colômbia, Equador e Panamá. Em 1830 se separa da Venezuela e Equador e só em 1903 do Panamá.
O PIB da Colômbia é o quarto da América Latina, depois do Brasil, Mexico e Argentina. Os principais produtos de exportação são: Petróleo, carvão e café. Sendo o quarto maior produtor de café do mundo. A moeda é o peso colombiano e 1U$ equivale a 3000 pesos.
A Colômbia foi dita um país perigoso para viajarmos, fama adquirida devido a presença da guerrilha- FARC e do narcotráfico no país. Mas desde 2008 que o exército vem controlando a situação, a guerrilha perdeu força e ocupa pequenas regiões, mas sem grandes ameaças. Nos pareceu bastante seguro. O exército está nas rodovias, sim, vimos em muito pontos e nos pararam várias vezes, mas bem educados. E nas cidades há muita polícia, dormimos algumas vezes próximo a postos policias e também fomos muito bem recebido.
Entramos no países pelo Equador, na fronteira próximo a Ipiales. ( No post anterior contamos um pouco desse conturbado dia link). Já nessa cidade fomos conhecer a Catedral Las Lajas. Famosa na Colômbia por ser um lugar de peregrinação religiosa e famosa entre turistas pela bela arquitetura e por ser construída num cânion, que por sinal é muito bonito.

Santuário Las Lajas, Ipiales.
Seguimos viagem para Pasto, à 80 quilômetros, viagem que durou 4 horas devido ao trânsito e também às muitas curvas que há nas estradas da Colômbia. Nessa cidade somente passamos à noite no lago La Cocha. Não gostamos do lugar que apesar de turístico não achamos muito bonito. Então saímos cedo para Popayan, viagem que durou o dia inteiro, mais uma vez estrada cheia de curvas e carros. Lembramos muito da BR 381...
Fomos conhecer a Cidade Branca, no centro histórico, chamado assim pois todas as construções são brancas, o que torna o lugar bem interessane . O centro é limpo e organizado, com muitas lanchonetes legais e cafés. No dia que chegamos comemoravam o aniversário de 479 anos da cidade, então pudemos assistir a vários shows com músicas colombianas, o que nos encantou, pois já pudemos presenciar a cultura local.
Outra coisa que sempre nos chama a atenção são as diferenças dos países. É só cruzar uma ponte na fronteira e muda tudo, as comidas, modo de falar, arquitetura, moeda, preços e as pessoas. Nos países que estávamos, Bolívia, Peru e Equador, a população tem fortes traços indígenas e a maioria usam roupas típicas. Já aqui na Colômbia a população é bem heterogênea, como no Brasil, até nos sentimos um pouco em casa, e as pessoas não olhavam pra gente e sabíamos que erámos turistas, foi bom andar mais despercebidos... (isso antes de conversármos, pois devido ao "portuñol" que falamos, descobrem logo.)

Catredral Basilica Nuestra Señora de la Asuncion
De Popayan seguimos para San Agustin, por uma estrada cheia de curvas e não pavimentada. Gastamos quase todo o dia para andar 140 quilômetros, mas queríamos conhecer as estátuas de civilizações pré-colombianas que são atração no local. Realmente nos encheu os olhos a arte e a história, além da ótima organização do parque arqueológico. As estátuas e as tumbas retratam uma civilização que esteve presente nesse lugar desde 5000 anos atrás até 900 d.C. O sítio consiste em tumbas onde se esculpia figuras de homens e animais em pedras com variados tamanhos, com algumas de até 4 metros de altura. Mais de 130 estátuas estão na coleção desse parque que foi declarado patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Sítio Arqueológico San Agustin
Com o mesmo bilhete de entrada ainda pudemos visitar outros dois sítios históricos na cidade de Isnos, que retrata a mesma civilização porém são um pouco menores. Ainda nessa cidade, fomos conhecer duas magníficas cachoeiras, uma delas, o Salto de Bordones, que é dito ser a segunda maior da América do Sul. Não sabíamos previamente da existência dessas cachoeiras, compensando ainda mais o passeio na região.
E tinha que compensar pois pra chegar ate lá no trecho de terra que pegamos tivemos um encontro nada agradável. No meio do caminho avistamos dois homens com roupa do exército, e qual o problema? ja havíamos visto tanto! Tínhamos lido que a guerrilha usava roupas do exército, mas com galochas em vez de coturnos e quando olhamos os calçados e vimos aquelas galochas, deu um frio na espinha e ficamos mudos. Reparando mais a estrada vimos também várias trilhas que deveriam levar ao acampamento deles. Mas a frente mais uns 6 homens, como galochas, armas pesadas e cahorros. Graças a Deus não nos pararam. Dizem que só param para perguntar se há policia no local, não sabemos e também não queremos saber se é verdade. Passamos bem, não vimos mais e ainda continuamos nos sentido seguros no país. Só não tivemos mais coragem de parar para fazer xixi no mato...
De Isnos seguimos para o deserto La Tatacoa. Sentimos pela primeira vez depois de sair do Brasil, aquele calor intenso que estamos acostumados, nem à noite tem trégua. A temperatura só fica um pouco agradável lá pela meia noite, quando entramos no carro pra dormir. Mas todo esse calor não ofuscou a beleza que encontramos no lugar. Existe uma estrada de terra que percorremos e podemos parar para fazer trilhas e avistar a paisagens de mirantes espetaculares desse deserto, que na verdade é um bosque seco tropical. Há muitos restaurantes, campings e piscinas pros visitantes se refrescarem um pouco do intenso sol. Lá fomos nós ficar dentro da água pra esperar um lindo pôr do sol e podermos seguir.
Encontramos um lugar à margem da estrada pra passar a noite. Dormimos por ali e foi tranquilo, sem perigo algum.

Deserto La Tatacoa
Então agora era hora de ir pra capital da Colômbia, 240 quilômetros que iria nos consumir mais de 9 horas de viagem, pois ainda gastamos mais de 1 hora e meia somente dentro da cidade. As boas vindas do trânsito de uma cidade grande!. Nesse dia saímos de 300 metros de altitude para mais de 2600 metros em Bogotá.
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