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Ruta del Café

  • Mega Macaqueiros
  • 6 de fev. de 2016
  • 5 min de leitura

Saímos de Bogotá com destino à Ruta del Café, são 286 km até Armênia, capital do departamento de Quindío. Gastamos 7 horas por causa de uma estrada péssima, cheia de curvas e um trânsito muito pesado de caminhões. Eles estão fazendo uma nova rodovia, como a “dos Imigrantes” para Santos em São Paulo, praticamente só pontes e túneis.

Tivemos que parar no meio da estrada umas 4 horas da tarde pra consertar o vidro da porta que não fechava mais. Queimou o botão que aciona o vidro elétrico e tivemos que trocar. O cara me cobrou cerca de 50 reais pra fazer o serviço depois de eu chorar o preço. Um absurdo, pois é só tirar o botão e colocar o novo, mas como era necessidade, visto que precisamos do carro sempre fechado por segurança, tivemos que fazer o serviço.

Não paramos na capital e fomos para Salento, uma cidadezinha pequena, muito turística e que faz parte da Ruta Del Café. Fomos procurar um camping na área rural, e encontramos uma pessoa do lugar que nos indicou o camping da Paola, Posada Del Cucú (que agora está no iOverlander).

É o seguinte: utilizamos um aplicativo pro celular, chamado iOverlander, utilizado por gente do mundo todo, onde colocam a coordenada e as características do lugar pra que outros possam ter opções de onde ficar. O melhor é que funciona off-line, o que é ótimo já que poucas vezes temos internet.

A Paola, o Fabian seu esposo e seu filho são os moradores e proprietários do camping e também contam com um chalé. Os três são super simpáticos e muito legais e nos receberam muito bem. Nos trataram como amigos, ainda mais que só tinha a gente lá. Esse lugar é uma chácara que corre um córrego nos fundos, cheia de bichos que cantam e/ou gritam pela manhã, uns poços com peixes, muitas árvores e tudo verde, verdadeiramente um encanto.

A cidade nos lembra muito as cidades de Minas Gerais com uma pracinha, uma igreja e quase tudo gira em torno da praça. Uma atração da cidade são os muitos Jeep Willis que ficam na praça para fazer o transporte do pessoal até aos atrativos da cidade. O governo colombiano, na década de 50, trouxe os Jeeps para o país que era usado na região pra todo tipo de transporte como café e as mercadorias das fazendas e até mudanças. Hoje ele ainda é utilizado para esse transporte mas virou folclore no país e é muito utilizado para o turismo. Um detalhe é que nunca anda vazio, sempre carrega gente por toda parte do carro.

Jeeps na praça em Salento

deliciando umas empanadas, muito parecido com pastéis de angu

Fomos visitar o Vale Del Cocora, que é atrativo da região. Um vale muito verde, e um riozinho que corre pelas pedras. O lugar é bacana porém nada mais do que vimos desde pequeno em Minas. O que mais nos chamou atenção mesmo nessa cidade, foi a simpatia dos proprietários do camping. A todo momento era hora de um bom papo, uma boa conversa. Nos falaram do seu país, lugares pra conhecer, política e economia rsrsr. Depois que saímos, achamos que poderíamos ficar mais lá, à toa, só aproveitando o lugar e as pessoas.

Prosseguimos para conhecer e explorar mais a região do café. Fomos para Filandia onde só passamos um dia. Comemos umas delícias na padaria, provamos vários pães colombianos e tomamos o delicioso café da região. Tomamos banho nos Bombeiros e fomos dormir na rodovia, num centro de apoio aos viajantes porque tem segurança, banheiro e internet.

No outro dia fomos conhecer a chácara do Petter, um holandes que vive na Colômbia por mais de 30 anos. Na fazenda se trabalha com plantação de champingnon e ele recebe viajantes para se hospedar no terreno dele. De noite ele nos convidou para uma janta em sua casa, preparada por outro viajante dos Estados Unidos, Sebastian, que se hospedava em uma cabana que há na fazenda, feita pra viajantes mesmo. Passamos um dia muito agradável com o super simpático Petter que também tem uma Defender série 2, ano 1972, que tivemos oportunidade de dar uma volta.

Partimos para conhecer o Parque Nacional Natural Los Nevados, pra isso dormimos na cidade de Manizales, capital departamental de Caldas. No outro dia acordamos bem cedo, antes das seis, para poder chegar ainda na parte da manhã no parque pra conseguir ver os nevados. Fomos à portaria do parque, assistimos à um vídeo e uma palestra rápida sobre o parque. Esse parque contém 6 vulcões e um deles, o Vulcão Del Ruiz, está ativo em alerta amarelo. Não entramos pra fazer a visita porque é muito caro e já estava com a neblima bem baixa. . Fomos então conhecer um rio quente à uns 12 km da entrada do parque. Deixamos o carro num lugar chamado El Sifon, e caminhamos meia hora quando vimos uma fumaça saindo de um riacho e corremos pra matar nossa curiosidade. Em um lugar muito interessante vimos um rio muito gelado se transformar em um rio fervendo, porque nasce uma água muito quente vinda do vulcão. Tivemos que andar ainda um pouco mais pra entrar no rio onde a água é menos quente. O lugar é selvagem não tem estrutura nenhuma, mas achamos muito interessante poder conhecer uma nascente de águas termais e também poder entrar na água mesmo fazendo muito frio. Voltamos para dormir e assim que o sol se foi, a temperatura baixou drasticamente e fomos pra cama 7 da noite já com muito frio. A temperatura à noite baixou a zero graus, formou-se uma camada de gelo em cima das malas. Esse lugar é aos pés do vulcão e conseguimos ve-lo ao acordar e pelas estrada vimos até soltando umas fumacinhas e um cheiro de enxofre muito forte.

Vulcão Ruiz

Rio de águas quentes

Acordamos bem cedo, nesse dia antes das seis, pois a estrada era difícil e longa até Aguadas. Uma cidadezinha construída nas montanhas, com um lindo mirante que parece que dá pra ver o resto do mundo de lá. E foi nesse lugar mesmo que dormimos duas noites. A cidade de Aguadas tem uma arquitetura colonial bem caracterizada no centro histórico, com construções muito coloridas. Tem também uma igreja na praça principal com um lindo e enorme órgão de tubos. Nessa praça, chamada Parque Bolívar, é onde o povo da cidade se encontra para papear, comer nas inúmeras cafeterias ao redor ou mesmo pra sentar e deixar o tempo passar.

Mirante em Aguadas

É importante ressaltar a receptividade excelente que tivemos na cidade. O César, vigia e cuidador do mirador do Serro Monserrat, nos recebeu muito bem, nos ofereceu um cafezinho colombiano, armou uma rede pra gente, nos mostrou as facilidades que poderíamos usar no lugar. Papeamos bastante também com o Fernando, do centro de informações turísticas, nos ajudou com tudo que precisamos inclusive lavou nossa roupa e nos ofereceu um bom banho quente em sua casa. Fomos tomar um café juntos e ele nos levou pra conhecer o órgão de tubos da igreja da cidade, uma experiência inédita e única porque é raridade em qualquer lugar. Ainda de quebra nos levou ao mais alto da torre pra ver como é o funcionamento do relógio da igreja que é à corda. Estavamos lá em cima quando o sino bateu 9:30, tudo comandado pelo mecanismo desse relógio alemão de 60 anos. Isso nos deixou uma boa impressão do amável povo dessa pequena cidade.

Saímos com saudade dessas cidadezinhas e dos cafés para mais uma mega cidade, agora Medellin. Como sempre resolver umas coisas, mas também conhecer o que ela nos pode oferecer.

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